segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Sentimento nu


Não há empatia para ele. Não há brechas para o "eu te entendo". Minhas palavras são falhas, fragmentadas, não há como compreender o sentimento puro, nu, que me consome. Não me acho no que escrevo, no que digo, no que sou, muito menos no que aparento ser. No balanço dos sentimentos pareço ser as vezes pura melancolia, as vezes pura alegria (vazia). O que é simbólico perdeu seu signo? Palavras asfixiam, matam-se, antes mesmo de chegar ao seu destino....

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Superfície

Todos os dias iguais. Palavras superficiais, vazias. No blábláblá cotidiano me assisto como num filme, escuto minha voz ausente, vejo-me definhar no abismo do mundo perceptual. Talvez esse mundo não seja pra mim...  Sinto o vazio sinistro à minha volta me consumir, como se eu fosse mais uma, e ao mesmo tempo não. Não sei até que ponto as pessoas são parecidas comigo, mas a discrepância em seus discursos é imensa. Os problemas da vidinha prostituída, sem fundamentos, chulos, fúteis.  Mais uma, mais um, perdidos na mesmice. O desamparo, amargura de viver, a angústia existencial que sinto não se comparam ao que sou na superfície. Os dedos 'digitantes' clamam por um dono, não por um fantoche. Preciso sair da superfície.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Escapismo


Deparei-me sonhando com um passado melhor do que foi e, principalmente, com um futuro melhor do que será. Experimentei as deliciosas fugas da realidade, afundei-me nesse escapismo problemático. Acordei, mas não queria. Não queria perder a forjada sensação de felicidade, que me trazia paz. Virei ,então, produto da desilusão do sonho. O desamparo somou-se à raiva da rotina desgastante: tornei-me uma menina amarga, que não consegue enxergar além do concreto. Perdi as esperanças que possas entender as verdades que nunca quisestes escutar. Pelo visto daqui em diante vai ser cada um por si. Tua função primordial estagnada não dá conta da demanda de ideais liberais que possuo. Só queria dizer: Até mais ver, heroína falida!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

PAIN

Tendões gritam por endorfinas. Choram a dor das palavras escritas, digitadas, dos pesos carregados de uma máquina a outra. Carregam as marcas dos movimentos repetitivos, desgastantes.
Ela finge ignorar a reclamação aguda que atravessa todo o seu antebraço direito e estoura no pulso, com força. Continua escrevendo, postando, malhando, vivendo. Aguenta calada os berros do corpo, sem recorrer aos universitários ou aos amigos corticóides.






Esqueceu o peso do tempo. Terá uma futura garganta cansada, vulgo tendinite crônica.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

'O que está acontecendo?

O mundo está ao contrário e NINGUÉM reparou?'
O palhaço está triste, o terrorista contente. Crianças beijam de língua, bebem cerveja e fumam maconha. Meninas fazem sexo antes de sua menarca. Pessoas ultrapassam a linha entre o prazer e a dependência, num flerte fatal. Confinados em frente a telinha, esqueceram que é tolice viver a vida assim, sem aventura. Mulheres optam pela venda do corpo. Casamento se faz por dinheiro, não por amor. Abortar uma criança é considerado algo que não deve ser passível de punição, você tem seu livre arbítrio, ELA NÃO. Decidiram que beleza é ser magra e ter silicone em todas as partes possíveis de seu corpo, e as mulheres morrem em nome dessa beleza inventada. Sociedade do deboche: supostos amigos maltratam aquele que tem distúrbios psíquicos, não há mais compreensão, respeito. A auto-identidade? Já era! Todos iguais: bêbados, fúteis, com opinião própria forjada. As crianças de hoje são obrigadas a serem mais maduras que os adultos de ontem. As barbies foram trocadas pelo curso de inglês. NÃO HÁ TEMPO PARA PERDER. Você bateu o carro quando estava bêbado? Coloque a foto no orkut e deixem seus 'amigos' rirem da vez que você poderia ter morrido ou matado alguém. As pessoas não se comovem mais com o sofrimento alheio, não se revoltam com as notícias que invadem sua casa às 20:15. Tudo tão normal. Ninguém sente mal-estar por essa civilização corrompida. Cada vez mais acredito que esse mundo não é pra mim. Não sei mais como canalizar tanta revolta, sei que EU não consigo me acostumar. Não vou me intoxicar, não vou ser superficial, influenciável.


Será que eu já posso enlouquecer, ou devo apenas sorrir?

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Por um mundo menos horroroso...

e por adolescentes menos ignorantes.















"I thought I told you this world is not for you!"

terça-feira, 15 de setembro de 2009

'Algumas vezes na semana...


...como compulsivamente.'







Qual o remédio para a boquinha nervosa?
Diga-me, por favor!
É muita comida para um estômago só, e muita caloria para 1h de spinning. Obrigada, meu abdomên agradece.

sábado, 5 de setembro de 2009

Angústia

Porque me acompanhas?
Porque insistes em ficar ao meu lado se não te quero?
Fazes pesar meu coração. Dilacerar minhas vísceras com esse sentimento ruim, indescritível, que aos poucos corroeu tudo o que de bom havia em mim. Não há como explicar razão para tanto sofrimento, tirou-me o sono quando já havia adormecido. Sinto as lágrimas de meu pranto querendo correr livremente sobre meu rosto, mas parecem estar aprisionadas. Ó, grande ameça de minha integridade psiquíca, o que exatamente causou esse mal-estar? Reprimi algum desejo? Decepcionei-me tanto que meu coração pesou? Amei tanto que a presença da ausência me marcou?






"O que os olhos não vêem, o coração pressente"

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O impulso

"Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se trata de intuição, mas de simples infantilidade. Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. Há um perigo: se reflito demais, deixo de agir. E muitas vezes prova-se depois que eu deveria ter agido. Estou num impasse! Quero melhorar e não sei como. Sob o impacto de um impulso, já fiz bem a algumas pessoas. E, às vezes, ter sido impulsiva me machuca muito. E mais: Nem sempre os meus impulsos são de boa origem. Vêm, por exemplo, da cólera. Essa cólera às vezes deveria ser desprezada; outras, como me disse uma amiga a meu respeito, são: cólera sagrada. Às vezes minha bondade é fraqueza, às vezes ela é benéfica a alguém ou a mim mesma. Às vezes restringir o impulso me anula e me deprime, às vezes restringi-lo dá-me uma sensação de força interna. Que farei então? Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta?
E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei." Clarice Lispector

Receio ter escolhido ser adulta demais. :|

Quando me chamas de comunista


Digo-te: Socialismo na utopia, capitalismo na prática. Só queria menos opressão, menos robotização das massas, reinstalar a versão nova desse sistema. Não é no socialismo imposto que vou encontrar o certo perante o errado do capitalismo.
Você me diz: Compreensível esse pensamento até os 20 anos, depois disso é burrice.
Só tenho pena do prisioneiro das circunstâncias que você se tornou.
Sim, vou guardar isso para ler daqui a anos, como você me pediu. Posso até rir, mas pelo menos duvidei.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Tec, tec, tec

...é o barulho da mente materializando o que um dia foi abstrato.







Tão engraçada essa capacidade de pensar em pensamentos.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Suicídio ideológico

Tantas vezes morri em mim mesma. Onde foi parar tudo aquilo que eu fui um dia? Será que restou ao menos vestígios da Amanda que deixei para atrás?
Matei-me tantas vezes que não sei quem me tornei. É duro acreditar em uma mudança tão radical, mas a minha nova percepção não me deixa iludir. Difícil mesmo é lembrar que um dia as coisas pareceram tão simples. Difícil é te dizer que eu não sou mais quem você conheceu a 7 meses atrás, nem a 3, 2, 1, ontem. Espero que os meus suicídios não te assustem, espero que você ainda consiga me reconhecer como sua, quando a água virar vinho. Não tenha medo, o nosso amor eu não devo matar. Só queria não morrer mais. O jeito vai ser encarar o monstro (aquele que supostamente guardo em mim), na análise.
Aloooow, dá pra vocês pararem de brigar e entrar em um consenso?
Grata.
Alguém que me tornei.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Homem morto é homem sem ideais

Esqueceram o valor da palavra, esqueceram os sentimentos daqueles perdidos nessa sociedade mergulhada no anonimato, nesse mundo cheio de tecnologias onde não sabemos quem inventou meia dúzia das coisas que estão no nosso quarto.
Pessoas semi-mortas, zumbis sem expressão, padronizados. O sistema ordena: Destrua seu ego, aqui está sua cabeça.
Mas não, o meu ego não será destruido, minha cabeça não sairá do lugar, não hoje.
Vou quebrar o ciclo, mexer no sistema, desacreditar, duvidar. Podem aprisionar meu corpo, torturar, mas a minha mente jamais poderá ser aprisionada.


Vou morrer outro dia, is not my time to go.


E viva a utopia :)

Você acredita...

No que a mídia quer que você acredite.



Fantástico não? Esse livre arbítrio...

Como vai o mundo de hoje?



Da esquerda para a direita ou da direita pra esquerda?
Será que um dia eu terei coragem de expressar minha indignação?
Adoraria arranhar com minha voz áspera a suavidade das boas intenções.
Preferiria desenterrar toda essa mágoa encoberta.
Preferiria dilacerar minha alma.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Fear

Não consigo parar de tremer. Dor no peito, olhos arregalados.Lágrimas rolam em meu rosto.

Ele entrou, trancou a porta, guardou a chave no bolso.
"Seu monstro, você é um monstro". Falou apontando o dedo em sua cara. "Eu tomo remédios controlados, tomei 10 hoje, ELES QUEREM ME MATAR, ELES QUEREM ME MATAR"
"Abra a porta Milhomens, por favor, eu não gosto disso" DOR NO PEITO
"Eu não vou fazer nada com você"
"Certo, abra a porta" {Risada maldosa, entrega da chave}
"Você é uma menina tão bonita, tão bonita, eu..." Falou colocando a mão em minha cabeça e alisando meus cabelos. TREMOR, não conseguia acertar a fechadura.
" Milhomens, ninguém pode tocar em ninguém aqui"
"Menina bonita, eu não vou violentar você" Brilho estranho no olhar
"Saia Milhomens"
Porta fechada, visceras esfaqueadas.


Tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor....


Não quero voltar lá.

domingo, 23 de agosto de 2009

Love to the loveless shown...


...Mas que seja verdadeiro, não aquele de mensagens (falsas) de amor. Um daqueles que amolam o coração de pedra, que fazem esquecer a dureza de ser vivo, chorar mais lágrimas tristes do que rir sorrisos felizes. Não dizem que todo grande amor só é bem grande se for triste?
Nada melhor do que ser triste para ter a certeza que esse sofrimento vira maior felicidade.
Hay amores que se vuelven resistentes a los daños, como el vino que mejora con los años, asi crece lo que siento yo por tí. (É. Essa foi pra você)

"Sem o amor, eu nada seria"
Mas tantos conseguem ser. Tantos conseguem matar, maltratar só para ver o sofrimento alheio, brincar com os corações, ser tão frios, racionais, calculistas. Quem são os patológicos? Os que ficaram loucos de amor, ou de ódio? Os que parecem ter uma lesão no córtex pre-frontal (Vulgo Kantianos)?
Afinal, O QUE É NORMAL?
Normal é ter uma rotina totalmente anexada ao capitalismo, com tantas preocupações que não dá pra viver e fazer o que tens vontade?
Normal é querer um carro esporte, uma mansão, e rios de dinheiro na conta bancária?
Normal é casar, ter 2 filhos e educá-los para que sejam mais dois manipulados?
Normal é ser generoso, ter compaixão, ser corajoso, ser doce, ser virtuoso? (Se é normal, porque todos buscam e valorizam tanto?)
Normal mesmo é matar, nessa maldita sociedade corrompida.
Todos se impressionam com um ato de generosidade, de amor ao próximo. Mas com a violência?
Nada mais que cotidiano.
Somos todos patológicos em potencial buscando uma droga de padrão.



Por isso, desejo: Amor (PURO) para os que não tem amor para mostrar.


sábado, 22 de agosto de 2009

Apenas começando...

...Como uma borboleta que acaba de sair do cazulo.


É assim que eu me sinto em relação à vida.

Parece que a experiência de quase 18 anos de nada me serve mais, já que as coisas não são mais como dentro do casulo. E eu que pensava que o mundo cabia na minha mão (Doce ilusão), mas a verdade é que eu vivia em uma realidade onde a curiosidade era pouca e o comodismo enorme.

Passei a me olhar através dos olhos de alguém que eu me tornei. A me questionar quem sou, e ao mesmo tempo ter medo de encontrar um monstro no meu verdadeiro eu. A sentir a angústia do surreal, a agonia do amanhã. E, principalmente, descobri que minhas maiores certezas viraram incertas.


E agora? O que eu faço?