quarta-feira, 17 de março de 2010

Vendo o mundo desabar na sua frente

e você não consegue fazer nada. Sentimento pior do que impotência?

sexta-feira, 5 de março de 2010

Deixar eu sangrar...

                                    Talvez assim a mente evacue. Hoje nada mais vai servir, ficou dito o nada.
Deixa eu perder a ilusão, o meu mundo é outro lugar
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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Quem se perde, sempre se acha?

Algo me falta, sinto-me preenchida de vazio interior. Parece que roubaram tudo que guardei, o conhecimento e emoções. Às vezes me pergunto se realmente vivi aqueles momentos que hoje são memórias tão distantes e frias.  Minha voz soa estranha, e, ao mesmo tempo em que as palavras programadas escapam da minha boca, pergunto-me quem sou. Busco a completude em coisas supérfluas, não sei mais o que me traz felicidade. Cansei das relações vazias que preenchem meu cotidiano e  dos pensamentos não se transformam em palavras, que se dissolvem no solvente da mesmice.
Em que lugar perdi as minhas expectativas e planos? Em que esquina deixei a capacidade de 'saber viver'?
Odeio usar essa máscara de felicidade desesperada, animação forjada, de certezas supremas. Às vezes, tenho nojo de mim. Nojo por não conseguir expressar aquilo que realmente me atormenta. Sei que a verdade é: estou perdida há muito tempo e não consigo me achar, pareço uma incognita ambulante oscilando no valor do certo e errado, morrendo a cada consentimento. Fazer o quê se a máscara insiste em ficar?
Viver de felicidades instantâneas não é fácil.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Sentimento nu


Não há empatia para ele. Não há brechas para o "eu te entendo". Minhas palavras são falhas, fragmentadas, não há como compreender o sentimento puro, nu, que me consome. Não me acho no que escrevo, no que digo, no que sou, muito menos no que aparento ser. No balanço dos sentimentos pareço ser as vezes pura melancolia, as vezes pura alegria (vazia). O que é simbólico perdeu seu signo? Palavras asfixiam, matam-se, antes mesmo de chegar ao seu destino....

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Superfície

Todos os dias iguais. Palavras superficiais, vazias. No blábláblá cotidiano me assisto como num filme, escuto minha voz ausente, vejo-me definhar no abismo do mundo perceptual. Talvez esse mundo não seja pra mim...  Sinto o vazio sinistro à minha volta me consumir, como se eu fosse mais uma, e ao mesmo tempo não. Não sei até que ponto as pessoas são parecidas comigo, mas a discrepância em seus discursos é imensa. Os problemas da vidinha prostituída, sem fundamentos, chulos, fúteis.  Mais uma, mais um, perdidos na mesmice. O desamparo, amargura de viver, a angústia existencial que sinto não se comparam ao que sou na superfície. Os dedos 'digitantes' clamam por um dono, não por um fantoche. Preciso sair da superfície.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Escapismo


Deparei-me sonhando com um passado melhor do que foi e, principalmente, com um futuro melhor do que será. Experimentei as deliciosas fugas da realidade, afundei-me nesse escapismo problemático. Acordei, mas não queria. Não queria perder a forjada sensação de felicidade, que me trazia paz. Virei ,então, produto da desilusão do sonho. O desamparo somou-se à raiva da rotina desgastante: tornei-me uma menina amarga, que não consegue enxergar além do concreto. Perdi as esperanças que possas entender as verdades que nunca quisestes escutar. Pelo visto daqui em diante vai ser cada um por si. Tua função primordial estagnada não dá conta da demanda de ideais liberais que possuo. Só queria dizer: Até mais ver, heroína falida!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

PAIN

Tendões gritam por endorfinas. Choram a dor das palavras escritas, digitadas, dos pesos carregados de uma máquina a outra. Carregam as marcas dos movimentos repetitivos, desgastantes.
Ela finge ignorar a reclamação aguda que atravessa todo o seu antebraço direito e estoura no pulso, com força. Continua escrevendo, postando, malhando, vivendo. Aguenta calada os berros do corpo, sem recorrer aos universitários ou aos amigos corticóides.






Esqueceu o peso do tempo. Terá uma futura garganta cansada, vulgo tendinite crônica.