segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O impulso

"Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se trata de intuição, mas de simples infantilidade. Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. Há um perigo: se reflito demais, deixo de agir. E muitas vezes prova-se depois que eu deveria ter agido. Estou num impasse! Quero melhorar e não sei como. Sob o impacto de um impulso, já fiz bem a algumas pessoas. E, às vezes, ter sido impulsiva me machuca muito. E mais: Nem sempre os meus impulsos são de boa origem. Vêm, por exemplo, da cólera. Essa cólera às vezes deveria ser desprezada; outras, como me disse uma amiga a meu respeito, são: cólera sagrada. Às vezes minha bondade é fraqueza, às vezes ela é benéfica a alguém ou a mim mesma. Às vezes restringir o impulso me anula e me deprime, às vezes restringi-lo dá-me uma sensação de força interna. Que farei então? Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta?
E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei." Clarice Lispector

Receio ter escolhido ser adulta demais. :|

Quando me chamas de comunista


Digo-te: Socialismo na utopia, capitalismo na prática. Só queria menos opressão, menos robotização das massas, reinstalar a versão nova desse sistema. Não é no socialismo imposto que vou encontrar o certo perante o errado do capitalismo.
Você me diz: Compreensível esse pensamento até os 20 anos, depois disso é burrice.
Só tenho pena do prisioneiro das circunstâncias que você se tornou.
Sim, vou guardar isso para ler daqui a anos, como você me pediu. Posso até rir, mas pelo menos duvidei.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Tec, tec, tec

...é o barulho da mente materializando o que um dia foi abstrato.







Tão engraçada essa capacidade de pensar em pensamentos.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Suicídio ideológico

Tantas vezes morri em mim mesma. Onde foi parar tudo aquilo que eu fui um dia? Será que restou ao menos vestígios da Amanda que deixei para atrás?
Matei-me tantas vezes que não sei quem me tornei. É duro acreditar em uma mudança tão radical, mas a minha nova percepção não me deixa iludir. Difícil mesmo é lembrar que um dia as coisas pareceram tão simples. Difícil é te dizer que eu não sou mais quem você conheceu a 7 meses atrás, nem a 3, 2, 1, ontem. Espero que os meus suicídios não te assustem, espero que você ainda consiga me reconhecer como sua, quando a água virar vinho. Não tenha medo, o nosso amor eu não devo matar. Só queria não morrer mais. O jeito vai ser encarar o monstro (aquele que supostamente guardo em mim), na análise.
Aloooow, dá pra vocês pararem de brigar e entrar em um consenso?
Grata.
Alguém que me tornei.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Homem morto é homem sem ideais

Esqueceram o valor da palavra, esqueceram os sentimentos daqueles perdidos nessa sociedade mergulhada no anonimato, nesse mundo cheio de tecnologias onde não sabemos quem inventou meia dúzia das coisas que estão no nosso quarto.
Pessoas semi-mortas, zumbis sem expressão, padronizados. O sistema ordena: Destrua seu ego, aqui está sua cabeça.
Mas não, o meu ego não será destruido, minha cabeça não sairá do lugar, não hoje.
Vou quebrar o ciclo, mexer no sistema, desacreditar, duvidar. Podem aprisionar meu corpo, torturar, mas a minha mente jamais poderá ser aprisionada.


Vou morrer outro dia, is not my time to go.


E viva a utopia :)

Você acredita...

No que a mídia quer que você acredite.



Fantástico não? Esse livre arbítrio...

Como vai o mundo de hoje?



Da esquerda para a direita ou da direita pra esquerda?
Será que um dia eu terei coragem de expressar minha indignação?
Adoraria arranhar com minha voz áspera a suavidade das boas intenções.
Preferiria desenterrar toda essa mágoa encoberta.
Preferiria dilacerar minha alma.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Fear

Não consigo parar de tremer. Dor no peito, olhos arregalados.Lágrimas rolam em meu rosto.

Ele entrou, trancou a porta, guardou a chave no bolso.
"Seu monstro, você é um monstro". Falou apontando o dedo em sua cara. "Eu tomo remédios controlados, tomei 10 hoje, ELES QUEREM ME MATAR, ELES QUEREM ME MATAR"
"Abra a porta Milhomens, por favor, eu não gosto disso" DOR NO PEITO
"Eu não vou fazer nada com você"
"Certo, abra a porta" {Risada maldosa, entrega da chave}
"Você é uma menina tão bonita, tão bonita, eu..." Falou colocando a mão em minha cabeça e alisando meus cabelos. TREMOR, não conseguia acertar a fechadura.
" Milhomens, ninguém pode tocar em ninguém aqui"
"Menina bonita, eu não vou violentar você" Brilho estranho no olhar
"Saia Milhomens"
Porta fechada, visceras esfaqueadas.


Tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor, tremor....


Não quero voltar lá.

domingo, 23 de agosto de 2009

Love to the loveless shown...


...Mas que seja verdadeiro, não aquele de mensagens (falsas) de amor. Um daqueles que amolam o coração de pedra, que fazem esquecer a dureza de ser vivo, chorar mais lágrimas tristes do que rir sorrisos felizes. Não dizem que todo grande amor só é bem grande se for triste?
Nada melhor do que ser triste para ter a certeza que esse sofrimento vira maior felicidade.
Hay amores que se vuelven resistentes a los daños, como el vino que mejora con los años, asi crece lo que siento yo por tí. (É. Essa foi pra você)

"Sem o amor, eu nada seria"
Mas tantos conseguem ser. Tantos conseguem matar, maltratar só para ver o sofrimento alheio, brincar com os corações, ser tão frios, racionais, calculistas. Quem são os patológicos? Os que ficaram loucos de amor, ou de ódio? Os que parecem ter uma lesão no córtex pre-frontal (Vulgo Kantianos)?
Afinal, O QUE É NORMAL?
Normal é ter uma rotina totalmente anexada ao capitalismo, com tantas preocupações que não dá pra viver e fazer o que tens vontade?
Normal é querer um carro esporte, uma mansão, e rios de dinheiro na conta bancária?
Normal é casar, ter 2 filhos e educá-los para que sejam mais dois manipulados?
Normal é ser generoso, ter compaixão, ser corajoso, ser doce, ser virtuoso? (Se é normal, porque todos buscam e valorizam tanto?)
Normal mesmo é matar, nessa maldita sociedade corrompida.
Todos se impressionam com um ato de generosidade, de amor ao próximo. Mas com a violência?
Nada mais que cotidiano.
Somos todos patológicos em potencial buscando uma droga de padrão.



Por isso, desejo: Amor (PURO) para os que não tem amor para mostrar.


sábado, 22 de agosto de 2009

Apenas começando...

...Como uma borboleta que acaba de sair do cazulo.


É assim que eu me sinto em relação à vida.

Parece que a experiência de quase 18 anos de nada me serve mais, já que as coisas não são mais como dentro do casulo. E eu que pensava que o mundo cabia na minha mão (Doce ilusão), mas a verdade é que eu vivia em uma realidade onde a curiosidade era pouca e o comodismo enorme.

Passei a me olhar através dos olhos de alguém que eu me tornei. A me questionar quem sou, e ao mesmo tempo ter medo de encontrar um monstro no meu verdadeiro eu. A sentir a angústia do surreal, a agonia do amanhã. E, principalmente, descobri que minhas maiores certezas viraram incertas.


E agora? O que eu faço?